A nutrição esportiva é hoje foco de grandes pesquisas, mobilizando muitos profissionais do esporte. Há um interesse crescente dos atletas e esportistas pela nutrição, à fim de conquistar suas metas de forma mais fácil e muitos não medem esforços para alcançá-las.
Na nutrição esportiva, o objetivo da alimentação é manter o peso corporal adequado, promover a manutenção dos estoques de glicogênio e reparar e reconstruir os tecidos musculares. Treinamentos físicos extenuantes levam à exaustão os estoques de glicogênio do organismo, podendo ser necessária a ingestão de carboidratos pré, durante e pós atividade. Uma das formas de manutenção dos estoques de glicogênio é a supercompensação de carboidratos.
Sabe-se que quanto mais intensa for a atividade física, maior será a necessidade de energia para mantê-la, sendo o glicogênio uma fonte imediata. Cerca de 80 – 90g de glicogênio são estocados no fígado e 300 – 400 g nos músculos, garantindo por volta de 90 – 120 minutos de exercícios em alta intensidade, De modo que muitos atletas se esforçam para aumentar a quantidade de glicogênio muscular estocado a valores acima dos normais, sendo este o objetivo da manobra de supercompensação de carboidratos.
Originalmente (esquema clássico), eram praticadas atividades exaustivas durante 1 semana antes da competição; nos 3 primeiros dias consumia-se uma dieta pobre em carboidratos e mantinha-se os exercícios intensos. Nos 3 dias antecedentes à competição era realizado um descanso e se consumia uma dieta rica em carboidratos para promover a supercompensação. Estudos mais recentes demonstraram que uma dieta equilibrada, seguida por 3 a 4 dias de uma dieta rica em carboidratos (70%), funcionam tão bem quanto o esquema clássico. Sabe-se ainda que para aumentar a síntese de glicogênio muscular, o treinamento é mais importante, pois ele estimula a ação de uma enzima conhecida como glicogênio sintetase, que sintetiza glicogênio e acumula-o na célula muscular.
Porém existem algumas falhas na supercompensação. Caso o atleta consuma uma dieta pobre em carboidratos nos 3 dias do esquema clássico, pode apresentar episódios de hipoglicemia, cetose, náuseas,fadiga, tonturas e irritabilidade. Além de aumentar o risco de lesão tecidual. Pode haver também ganho de peso com a supercompensação de carboidratos, pois o armazenamento de glicogênio é realizado na presença de água, em uma proporção de 3 para 1, ou seja a cada grama de glicogênio armazenado, 3 gramas de água vão junto, podendo haver um acréscimo de 500 a 1,5kg de peso total.
O método de supercompensação possui prós e contras para o atleta, sendo uma analise muito importante antes de realizá-lo. Se o atleta decidir pela supercompensação, um novo esquema alimentar deve ser introduzido e o procedimento deve ser realizado fora do período de competição para avaliar possíveis falhas ou contratempos. Posteriormente, caso não sejam observados problemas, pode-se utilizar o método como uma forma de aumentar as reservas de energia, podendo até definir o fim de uma prova.
Instituto Mineiro de Endocrinologia
Coord: Dr. Geraldo Santana - Endocrinologista - CRM 24606
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